sexta-feira, 10 de maio de 2013

Elucubrações de Edgar enquanto Poe: Uma Interferência para o bem / o que eu deixo no papel é dele.



Os intérpretes-criadores do espetáculo Para Poe (Clarissa Oliveira, Erick Alessandro, Patrícia Cipriano e Thiago Inácio) realizaram no último dia 03/05 a Oficina Elucubrações sobre o corvo: Métodos de criação coletiva a partir da expansão energética. A oficina teve como propósito a troca de vivências a partir de técnicas que trabalham com o conceito de expansão da energia, baseados em técnicas de bionergética, xamanismo, força da gravidade e da ação física. A oficina trabalhou com a organização e criação de cena a partir de improvisos e escrita automática. 




“O suor que emana e quando tento partir, a consciência não deixa. O que eu digo não é sensação, é fato, e o tremor é real. A fuga é real, a saída pela tangente. O abismo me olhando de volta quando eu olho pra ele. Ele se apresenta e diz que seu nome é Corvo e que ele vê tudo que acontece, ele vê as coisas com seu olho, único, mais cruel que o mundo.”



"A meia noite passa e volta e teus espreitantes olhos me contorcem. A meia noite é fria e monótona. É inerte como tudo sempre tende a ser. Os relógios cucos, os sinos das igrejas, o vento vem e traz aquilo que sempre esteve só."







"Gotejo escorre, encharca. Logo estou inundado, me encho me esvazio, poças se formam. Sabor amargo e salgado que faz arder os olhos de cima a baixo, mas que começa de baixo pra cima. Acalmo, mas continuo me inundando, inundando tudo ao meu redor, deixando marcas por onde passo.”


“É um inferno criado, show de Truman, burra, louca, desesperada, ânsia, vômito fome, ódio, ódio, rá o amor, comi-o, para amanhã o corpo a mente hoje, água, suicídio, sede, fome, dentro e nunca. Uma ilusão corre dela, enfio a paz no cu e rasgo, mutilação. Envelhecimento precoce.”


“Eu ouço o que se passa debaixo de mim. Eu quero muito que você pare com isso, essa coisa de querer passar por mim enquanto estou de olhos fechados. Não se esqueça, meu bem, eu oco, ouço o que se passa debaixo. Cansei do vidro, eu já estou estilhaçado. Não quero morrer agora, mas permanecer vivo até os 80 ou 90 me parece duro demais. Eu ouço sua voz na minha cabeça e ela diz: eu voo até sua vida, te roubo pra mim e te coloco na torre... Minha vida trabalha pra derrubar a sua vida... te derrubar... porque amor é ruína!”






“Algumas pessoas só se parecem um problema, mas as aparências enganam”

















“Alerta. Estou em alerta. Todos estamos aqui por algum motivo. Para que esse motivo ou esse algo aconteça precisamos sempre do alerta. Não começo sem o vazio, sem o nada, sem o oco que ecoa, as duvidas presentes em minha cabeça. Existo sim. Estamos aqui para fazer. A vida esta aqui também.








“Chamavam-me de destruidora ... eu tenho esse vazio por dentro.”










A direção

Oficineiros em pé da direita para esquerda:
Gabriel Caponera, Ike Rocha, Amanda Leal e Ailén Roberto.
Ministrantes sentados da direita para esquerda:
Thiago Inácio, Patrícia Cipriano, Clarissa Oliveira e Erick Alessandro.
Crédito fotos: Rafaela Scremin.

Teaser sobre a Oficina. 
Edição: Erick Alessandro.