terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Em Cena: Óquei!

"Se o gênero são os significados culturais assumidos pelo corpo sexuado, não se pode dizer que ele decorra, de um sexo desta ou daquela maneira. Levada a seu limite lógico, a distinção sexo/gênero sugere uma descontinuidade radical entre corpos sexuados e gêneros culturalmente construídos. Supondo por um momento a estabilidade do sexo binário, não decorre daí que a construção de "homens" aplique-se exclusivamente a corpos masculinos, ou que o termo "mulheres" interprete somente corpos femininos".
Judith Butler

domingo, 9 de dezembro de 2007


No momento em que fomos estimulados pela proposta de um trabalho focado no processo de interpretação, com ênfase na palavra falada, demos início também a um processo de aproximação e identificação. Foi o meio de desenvolvermos nossos objetivos em comum; de colocarmos em cena elementos estéticos que condizem com nossa (ainda crua) tendência “clean” - limpa, sucinta, representativa – e que ao mesmo tempo desloca conceitos pré-estabelecidos.

A pesquisa que embasa o resultado atual tem a sustentação dos conceitos desenvolvidos por Judith Butler em “Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade”, referência muito bem indicada por Giorgia Conceição, que nos orientou neste trabalho. Decidimos abordar as questões de gênero inicialmente através de situações cotidianas. Foi então que “Claro!”, de David Ives - autor norte-americano -, nos serviu e nos iluminou no que queríamos dizer com “situações cotidianas”.

O processo se desenvolveu com os conceitos levantados a partir dos “problemas de gênero”. Houve um levantamento imagético voltado à mídia e ao pop, para nos ambientarmos dessas questões em um dos meios que as propagam. Fizemos também intervenções urbanas voltadas ao nosso foco de pesquisa. Surgiu um amontoado de idéias que considerávamos relevantes e que encaixamos nas “situações cotidianas”. Contudo, algumas delas foram limadas para atender à nossa proposta estética. O resultado que obtivemos e apresentamos agora nos instigou a formar a Cia. Transitória, com o objetivo de desenvolvermos nosso trabalho.

Houve neste processo uma criação e direção coletiva, onde pudemos constatar a acidez e importância desses elementos. A Cia. agradece a Cris Bombom pela fundamental participação, sobretudo por nos acompanhar em parte decisiva da criação e pela concepção da iluminação. Agradecemos também a colaboração do Dimis Jean Sores e da Ailime. Por fim, deixamos este espaço aberto a todos que queiram deixar algum tipo de colaboração, opinião, troca de idéia etc. Transitem.

Cia. Transitória
Flávia, Kelly, Thiago, Zé Eduardo

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Confira a programação

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Aparentemente corretos. Ou vice-versa.

Temas aparentemente simples escondem complexidades. Situações cotidianas revelam desejos, conflitos, expõem o indivíduo em suas fraquezas. Corroem cada um em suas ideologias, futilidades, banalidades, sexualidade(s). Em diferentes ocasiões, de encontros e desencontros, há um timing, um agente que sutura o óbvio em troca de dominação. É preciso manipular a pulsão sexual?




ÓQUEI!
09/12: 19h
11/12: 20h
TEUNI (Teatro Experimental da UFPR) - Praça Santos Andrade Entrada

Ficha Técnica:
Criação Coletiva
Elenco: Kelly Eshima, Flávia Sabino, Thiago Inácio e Zé Eduardo
Iluminação e operação de som: Cris Bombom
Operador de luz: Dimis Jean Sores
Colaboração figurino: Ailime
Orientação: Giorgia Conceição