domingo, 28 de abril de 2013

Oficina Elucubrações sobre o corvo - Métodos de criação coletiva a partir da expansão energética


Sobre: 
Para Poe é um espetáculo contemplado pelo Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz 2012, obra de criação coletiva dos artistas Clarissa Oliveira, Erick Alessandro, Patrícia Cipriano e Thiago Inácio, que estreará no Teatro Novelas Curitibanas no dia 04 de julho. O espetáculo se constrói a partir do processo colaborativo, de acordo com as referências de cada ator que possuem vivências artísticas distintas e a partir dessas singularidades um denominador comum se encontra. Clarissa Oliveira é atriz, multiartista, produtora, sonoplasta e performer. Tem formação em Artes Cênicas pela Faculdade de Artes do Paraná e especialização em História das Artes pela EMBAP. É produtora da Selvática Ações Artísticas e uma das gerenciadoras da Casa Selvática, e co-fundadora da Naco de Víbora Companhia de Artes. Erick Alessandro tem sua formação técnica em Artes Cênicas pelo Grupo de Teatro Casa Dourada e pela Fundação Teatro Lala Schneider. Ator, produtor, gestor cultural, sonoplasta, músico e compositor. Sócio-integrante da Transitória Produções Artísticas. Patrícia Cipriano é atriz, fez parte da Companhia SUBJÉTIL como intérprete-criadora. Com a Companhia de Bife Seco atuou no espetáculo “Peça Ruim” onde ganhou o Troféu Gralha Azul de Melhor Atriz Coadjuvante. Thiago Inácio é ator formado pela Faculdade de Artes do Paraná - Bacharelado em Interpretação e pós-graduado em Gestão Cultural pelo SENAC-PR. Integrante fundador da Companhia Transitória. 
 
Resumo:
Essa oficina tem como propósito a troca de vivências entre os atores-autores-criadores do processo do espetáculo Para Poe e o público em geral, abordando as experiências utilizadas para a criação de cena dentro da proposta do espetáculo. A partir de técnicas que trabalham com o conceito de expansão da energia, baseados em técnicas de bionergética, xamanismo, força da gravidade e da ação física, a oficina trabalhará com a organização e criação de cena a partir de improvisos e escrita automática, baseados no desenvolvimento pessoal a partir dos exercícios propostos. As atividades serão ministradas pelos intérpretes-criadores do espetáculo. Podem participar da oficina atores/atrizes, estudantes de teatro e público interessado a partir dos 18 anos. Os inscritos receberão instruções por e-mail, mais informações pelos telefones (41) 8515-7951 (Ailén Roberto), 9929-9131 (Thiago Inácio), 9825-9022 (Clarissa Oliveira).

Serviço:
Oficina Elucubrações sobre o corvo: Métodos de criação coletiva a partir da expansão energética
Dia: 03/05/2013.
Horário: 09h às 12h e das 14h às 18h.
Local: TUC – Teatro Universitário de Curitiba - Galeria Julio Moreira - Largo da Ordem, 30 - São Francisco – Curitiba
Valor: Gratuito
Vagas: 10
Inscrições através do e-mail ciatransitoria@hotmail.com.

sábado, 27 de abril de 2013

Para Poe em Trânsito


Para Poe é um processo colaborativo de montagem teatral e criação dos artistas Clarissa Oliveira, Erick Alessandro, Patrícia Cipriano e Thiago Inácio. A partir da ótica do intérprete-criador, a direção se estabelece coletivamente, dividindo experiências entre os artistas e as transpondo para o palco. O texto é uma criação autoral de Clarissa Oliveira e Thiago Inácio, que surge da vontade em expor, de maneira dramatúrgica, suas inquietações artísticas. Este projeto foi contemplado com o Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz 2012 e terá sua estreia no dia 04 de julho de 2013, no Teatro Novelas Curitibanas em Curitiba.

"A resistência da resistência. Meu corpo hesita. Minha imaginação me engana. Meu cérebro me leva para outro caminho. Eu volto. Fujo, volto, fujo... Eu continuo. As pernas tremem, a respiração ofega, o organismo resiste, eu continuo 70%. Os outros 30% são um engodo. A resistência. Mas eu resisto. Eu vibro e sinto meu coração palpitar na ponta dos dedos das mãos e no topo da cabeça. E o cérebro treme como solto na caixa-crânio. Bate por todas as paredes e desce ao estômago, que se desgruda e solto sobe e desce, vai à garganta e volta. Eu o engulo novamente e deito, para reposicionar. Ainda há tosse, pelo engasgo do deslocamento. Mas também há resistência. A resistência da resistência." (Siouxie)


 
"Olho para mim mesmo e chego a seguinte conclusão ou confusão: Eu estou em estado catatônico. Sinto a luz bater em minha face, porém o sol não existe. Está tudo tão nublado, está tudo tão cinza. Quero beber o mundo, mas com este estado de cega lucidez isso se torna inalcançável, irreal. Não vejo nada, ninguém. A fome e o desespero e a busca pelo mal acabado é o que me deparo. Sem enxergar um palmo a frente de qualquer parte. A vida esta morta. A arte me resta. Apenas." (Cara de Chapéu)

 
"Não tenho medo. Vou ter medo de que? Pra que? É preciso vida para se temer. Nesse corpo apenas impulso. Tudo muito mecânico. Instinto. Suspiro. Já não há mais cansaço nem dor. Experimente esvaziar-se. Todo mundo tem algum podre que as vezes precisa colocar pra fora. Desistir? Não, obrigado, ainda estou sedento. É só o que restou: esse instinto primitivo. Se eu penso? Alguma parte de mim pensa por si só e se eu pudesse devoraria essa grande razão rosa, falante e irritante!" (Poe)




"Eu sou o universo, e não! Eu não estou falando de amor. Não vim aqui pra isso... Não estou! O que acontece entre eu e tudo tem uma relação tão invisível que eu mal consigo ver. Eu ouço as pessoas e elas falam: “- Eu estou aqui! Pode vir!” … é tudo uma grande mentira. Estamos todos dentro de um bolsa cheia de água prestes a explodir... eu sinto que estamos prontos  e eu quero muito que tudo seja vermelho e sujo. Não não fomos gerados, estamos todos em conserva e a rainha está ficando com fome e, logo logo, ela nos colocará no micro-ondas. Então nos encontraremos nesse universo do qual falei e esperaremos ser jogados no mundo. Tudo tão confuso. Eu não quero que você me ame!" (Edgar)

sábado, 20 de abril de 2013

Work in progress

Patrícia Cipriano


"Onde está o ritmo nisso tudo? Porque tem um ritmo, eu sinto! Mas é claro que eu sinto!!! Sim! Todos têm uma música ao fundo, na cabeça. Todo mundo ama trilhas sonoras e agora, não sei porque, não existe um maldito de um ritmo... É tudo um caos. As pessoas tentam se encontrar. Elas se trombam e NADA! Como  isso é hilário! Ontem eu li uma coisa e fiquei pensando. Não, não concluí nada, ainda, mas veja que interessante: se Deus existe; “Se essa força existe, por que os homens sofrem? Se não existe e a vida é absurda em si mesma, por que não cometer suicídio e encurtar seu sofrimento?” Eu preciso de mais formol!!!! Sim! Sinto que estou numa banheira de espuma sendo consumido por bolhas... que hilário... bolhas... Eu estou explodindo!!! Estou explodindo !!! Sim... como as bolhas de sabão!" 

 
Clarissa Oliveira
"Esse corpo que vibra, volátil, se expande, gigante, me aprisiona, me corrói. Essa ferida aberta, esse sangramento que recorre, minha alma agrilhoada. Se ao meu redor todos são prisioneiros, eu sou espectro de mim mesma, nesse corpo presente, nessa presença fractal, nesse espírito dormente. Meu organismo é vivo, meus dedos são dormentes. Se hoje cresci espacialmente, cada centímetro expandido é um segundo a menos que respiro. Nunca estive tão viva e tão defunta. Bela Lugosi is dead."


Erick Alessandro
                               





"A energia gerada movimenta o corpo e me leva a um estado de superação em que sinto tudo acontecer. Dor nos pés, o tronco, o suor e a exaustão."








Thiago Inácio



"Mundo interno/externoCorpo vivo/corpo morto. Vida não é o que anima o seu corpo é aquilo que te faz sentir vivo. Dores, cansaço, sedentarismo. De nada me vale uma carcaça arruinada, um corpo que deseja água, combustível. Não se move sozinho, impulso degenerado. Quer soltar as amarras da pele adiposa, só pele putrefata. Estado de atenção conduz, envolve. Quem são esses? Sobrevivem ou não?"